Os avanços tecnológicos já inovam os processos em diversas áreas e com a medicina não é diferente. A telemedicina tem sido motivo de debates e divergências entre os profissionais da área por muitos anos.

Entretanto, o fato é que diante de algumas situações, como por exemplo em meio a uma pandemia, ela se faz extremamente necessária.

Porém, embora seja uma prática antiga, somente a pouco tempo tem sido comentada frequentemente pelas grandes mídias. Essa popularização está ocorrendo devido à flexibilização dessa categoria de atendimento em razão da COVID-19.

Por esse motivo, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre essa modalidade e o que é permitido ou não.

Por isso, no post de hoje vamos falar tudo sobre esse assunto, como funciona e em quais casos é indicada. Confira!

 

O que é telemedicina?

A telemedicina serve para monitorar pacientes, fazer orientações médicas, trocar informações com demais profissionais da saúde e analisar resultados de exames. Tudo isso remotamente.

O prefixo ‘tele’ presente na palavra é de origem grega e significa ‘distância’, assim como em outras palavras relacionadas, como televisão, telefone, telepatia e outras. Em resumo, a telemedicina significa assistência médica a distância.

 

Quando surgiu a Telemedicina?

Não há um consenso sobre o surgimento da telemedicina. Diversas versões são contadas.

Uma das mais populares relata que ela foi utilizada pela primeira vez na Europa na Idade Média. Onde devido à praga que atingiu o continente um médico resolveu ficar isolado.

Desse modo ele decidiu se comunicar a distância com a população através de um outro indivíduo que repassava as informações.

Contudo, como essa história não é comprovada, outras pessoas creditam o surgimento da telemedicina em razão da criação do estetoscópio, que na época em que foi desenvolvido, em 1910, o sinal de transmissão era de cerca de 50 milhas.

Mais tarde, com o surgimento do telégrafo, a telemedicina começou a ser mais praticada, se fazendo presente na Primeira e Segunda Guerra Mundial.

Ela também foi utilizada nos anos 60 para monitorar os sinais vitais de astronautas via rádio. E então na década de 70, países como Estados Unidos, Canadá e Japão adicionaram o vídeo analógico em conjunto com a telemedicina.

O modelo que é visto hoje, de acordo com o Departamento de Patologia de Telemedicina da USP, está diretamente relacionado com o surgimento e evolução dos computadores e redes. E ainda, segundo eles a exploração espacial e as áreas militares do mundo foram os responsáveis por impulsionar essa modalidade.

 

Como funciona e quando a telemedicina é indicada?

A telemedicina é um serviço médico prestado remotamente. Acontece através de plataformas e aplicativos que permitem a videoconferência para fornecer a assistência necessária.

A consulta remota permite que pacientes e profissionais se comuniquem como se estivessem em um consultório, mas pode ser feita em qualquer lugar.

Além disso, essa modalidade oferece um atendimento amplo e completo, podendo solicitar exames quando necessário, fornecer atestados médicos e até receitas eletrônicas de medicamentos.

No entanto, é importante observar que, no caso de medicamentos controlados (muitas vezes chamados de "faixa preta"), as prescrições não podem ser emitidas em formato digital.

A telemedicina pode ser feita por qualquer um que tenha preferência por essa modalidade, entretanto, existem algumas situações onde ela é mais indicada. Veja abaixo:

  • Pacientes que moram em locais remotos e não dispõe de acesso facilitado a profissionais da saúde.
  • Indivíduos com mobilidade reduzida que não tem condições de se locomover até o consultório médico.
  • Pacientes que necessitam de uma orientação médica rapidamente.
  • Em situações de quarentena ou isolamento social, onde não é possível ir ao consultório médico.

O que a legislação brasileira determina sobre a telemedicina

Conforme a resolução CFM nº 1.643/2002 previa, no Brasil a telemedicina já podia ser praticada, entretanto apenas para fins diagnósticos, ou para teleconsultoria e teleeducação.

No entanto, devido ao surto de coronavírus, O Ministério da Saúde flexibilizou essa modalidade temporariamente através da Portaria nº 467.

 Enquanto durar a pandemia, essa portaria autoriza a telemedicina a fazer as seguintes atividades:

  • ·         Prestar apoio, esclarecimento de dúvidas e orientações.
  • ·         Monitorar pacientes que necessitem.
  • ·         Diagnosticar com base nos sintomas apresentados.
  • ·         Fazer atendimento pré-clínico e prestar consultas remotamente.
  • ·         Emitir atestados ou receitas médicas eletronicamente.

Quais os benefícios da telemedicina para os profissionais de saúde

1.       Otimização do tempo: Todos os dados dos pacientes bem como informações e exames realizados ficam armazenados na plataforma e permitem acesso rápido, organizado e de qualquer local. Otimizando o tempo das próximas consultas e permitindo a comparação entre exames anteriores e futuros, por exemplo.

2.       Maior segurança: Através dos softwares somente pessoas autorizadas terão acesso a prontuários e informações confidenciais. Isso porque as tecnologias além de logins de acesso também possuem certificação de segurança e criptografia dos conteúdos. Além disso, documentos físicos podem ser facilmente perdidos ou deteriorados, enquanto os digitais presentes na nuvem possuem baixíssimo risco de perda ou danos.

3.       Troca de informações: É muito comum que profissionais da saúde sintam a necessidade de discutir casos com outros colegas de profissão, seja para definir um diagnóstico ou solicitar uma segunda opinião. A telemedicina proporciona uma troca de informações rápida e eficaz com outros profissionais, isso porque permite o envio de laudos e exames para qualquer dispositivo que tenha acesso à internet.

4.       Capacitação profissional: Conforme vimos anteriormente, uma das modalidades autorizadas mesmo antes da pandemia é a teleducação. Através dela é possível aprimorar os conhecimentos e permanecer sempre atualizado, tendo em vista que a saúde é uma área em constante inovação.

 

Quais os benefícios da telemedicina para os pacientes?

1.       Menor custo: Os custos envolvidos em uma consulta por telemedicina são bem menores em relação a consultas presenciais, isso porque não envolvem gastos com transporte, deslocamento, estadia ou alimentação em alguns casos.

2.       Evita deslocamentos: Essa vantagem não é considerada apenas pelo aspecto financeiro. Isso porque para pacientes com mobilidade reduzida ou com dificuldades de locomoção esse é o principal benefício ofertado pela telemedicina.

3.       Diagnóstico ágil: Conforme mencionamos acima, a telemedicina é indicada em casos onde o paciente necessita de assistência rapidamente, sendo esse um dos muitos benefícios oferecidos por essa modalidade.

4.       Evita filas de espera: É bastante comum as reclamações de pacientes sobre o tempo de espera dos consultórios médicos, principalmente quando o profissional atrasa e a consulta agendada passa muito tempo do horário previsto. Com a telemedicina, ainda que isso ocorra, você tem a oportunidade de aguardar no conforto da sua casa.

5.       Previne contra contaminações e evita aglomeração: Ficar em um ambiente pequeno e fechado com diversas outras pessoas doentes é um risco muito grande de exposição e contaminação de diversas doenças transmitidas por vírus e bactérias. Esse pode ser considerado um dos benefícios mais importantes da telemedicina, principalmente em tempos de pandemia onde o isolamento social é fundamental.

 

Quais as características essenciais para um bom atendimento médico a distância?

Um bom atendimento médico a distância segue os mesmos princípios e éticas do presencial. É imprescindível que o profissional faça um atendimento humanizado, compreendendo as necessidades do paciente.

 É preciso lembrar que atrás da tela existe uma pessoa fragilizada e que precisa de assistência.

 Além disso, é essencial ter paciência, tendo em vista que algumas pessoas apresentam dificuldades para utilizar os recursos tecnológicos. Portanto, explique como funcionará a metodologia e demonstre confiança para o paciente.

 Por fim, se a comunicação presencial já é passível de desentendimentos, a troca de informações virtuais apresenta um risco ainda maior de dupla interpretação.

 Por esse motivo, procure se comunicar com clareza e eficazmente durante a telemedicina. Assegure-se de que o paciente não saiu da consulta com dúvidas sobre o tratamento e orientações médicas.

 

Considerações finais

A telemedicina é uma prática totalmente confiável e possui os mesmos níveis de segurança em relação aos dados dos pacientes.

Entretanto, é importante mencionar que é preciso estar atento a possíveis golpes envolvendo essa modalidade durante o período de pandemia.

Desconfie de profissionais que se disponibilizam para prestar assistência médica com valores muito abaixo do mercado e através de plataformas como WhatsApp e Facebook.

Isso porque esse tipo de atendimento só pode ser realizado por softwares específicos que possuam os corretos padrões de segurança, para garantir assim o sigilo médico e segurança das informações pessoais do paciente.

 

Dessa forma, solicite sempre o CRM do profissional e confira se consta no portal do Conselho Federal de Medicina. Quer conhecer outras tendências do mercado de saúde? Clique aqui.