A gestão de risco em saúde é de extrema relevância. Não é à toa que é uma exigência presente em diversos programas de certificações, tais como a ISO 9001 e acreditações como a ONA.
Em
estabelecimentos de saúde um erro simples é capaz de causar danos permanentes
ou até mesmo ocasionar a morte de um paciente.
Conforme aponta o Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, feito pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), os hospitais públicos e privados do país tiveram 6 mortes por hora em 2017.
Esses óbitos ocorreram
pelos chamados “eventos adversos graves” causados ??por erros, falhas de assistência
ou procedimentos e infecções. Deste número, mais de quatro mortes seriam
evitáveis.
Por esse
motivo, é essencial implementar medidas de controle e prevenção de riscos,
evitando e reduzindo a possibilidade de situações perigosas ou de falhas
humanas. Continue a leitura e confira quais são os pilares de uma gestão de
risco em saúde eficaz.
O que é gestão de risco em saúde?
O gerenciamento de
risco é a aplicação sistemática de princípios, processos e atividades com
objetivo de analisar, avaliar, controlar e monitorar de forma sistemática e
contínua os riscos e eventos adversos que afetam a segurança e a saúde do
paciente, além de preservar a imagem da instituição.
Quais são os pilares de gestão de
risco na área da saúde?
Existem alguns
pilares que visam uma gestão de risco em saúde eficiente, conheça abaixo:
A ineficiência na
gestão dos leitos ocasiona eventos assistenciais intra-hospitalares adversos.
Além disso, a falta de continuidade do atendimento ao paciente após a alta
hospitalar leva ao prolongamento da internação além do necessário, levando em
consideração a estabilização do quadro clínico agudo.
2.
Aumento
da segurança assistencial
Pode haver muitas
causas para as falhas assistenciais, mas elas compartilham uma fraqueza na
implementação dos princípios de gerenciamento de processos.
O problema é que a
operação planejada não termina conforme o esperado (erro de execução) ou usa o
plano errado para atingir a meta (erro de plano).
Para aumentar a
segurança assistencial é necessário idealizar e controlar planos de ação para
garantir a segurança do paciente e a qualidade dos serviços prestados pelo
hospital.
3.
Redução
de internações e readmissões evitáveis
É possível evitar
hospitalizações excessivas devido à necessidade de atenção primária. Elas
ocorrem em uma série de condições clínicas e, quando resolvidos na atenção
primária, seu desenvolvimento pode ser melhorado para evitar a hospitalização.
As principais
razões para a readmissão de paciente potencialmente evitável são: falta
de atendimento hospitalar contínuo e qualificado e eventos adversos na
assistência hospitalar domiciliar.
É preciso buscar
estratégias para reduzir a reinternação por complicações de hospitalização que
se apresentam em casa, tais como infecções relacionadas aos cuidados ou piora
em sua condição por falha no acompanhamento ambulatorial ou home care.
O que é gerenciamento de risco em
enfermagem?
O gerenciamento de
risco em enfermagem envolve estratégias para reduzir, prevenir e evitar
qualquer tipo de dano aos pacientes.
A equipe de
enfermagem atua na gestão de riscos clínicos, que inclui os eventos adversos
preveníveis que envolvem a assistência. Desse modo, implementam boas práticas
que asseguram a segurança do paciente.
Qual a relação entre gestão de
risco e segurança hospitalar?
O ambiente
hospitalar é um local de ajuda e apoio aos enfermos, visando o melhor
tratamento e cura, quando possível, das doenças.
Apesar de ter
intenção de preservar, restaurar e prevenir a saúde, o hospital ainda apresenta
alguns riscos de segurança para pacientes, colaboradores e outras pessoas que
frequentam o espaço, tais como acompanhantes e visitantes.
Em relação à
segurança hospitalar do paciente, de acordo com um artigo publicado na Revista da Associação Médica Brasileira, alguns eventos
adversos evitáveis são:
Infecções
associadas aos cuidados da saúde;
·
Danos
por complicações cirúrgicas e/ou anestésicas;
·
Danos
por atraso ou falha no diagnóstico e/ou tratamento;
·
Úlcera
por pressão;
·
Danos
por punção venosa;
·
Danos
por queda;
·
Danos
por medicamento.
Já os profissionais
da saúde estão sujeitos a outros potenciais riscos de danos à saúde, conforme
consta no Manual de Segurança no Ambiente Hospitalar da Anvisa:
Riscos
físicos: ruídos, radiações, pressões anormais...
·
Riscos
químicos: poeiras, gases, vapores...
·
Riscos
biológicos: bactérias, fungos, vírus, protozoários...
·
Riscos
ambientais: os agentes mecânicos e outras condições de insegurança existentes
nos locais de trabalho capazes de provocar lesões à integridade física do
trabalhador.
Para os demais
frequentadores do ambiente hospitalar, o risco está na contaminação de algum
agente patogênico.
Sendo assim, a
instituição precisa implementar uma gestão de risco em saúde eficaz. Dessa
forma, é possível identificar os perigos e ameaças para aumentar a
conscientização e tomar medidas preventivas com os profissionais e pacientes
para garantir a saúde e segurança de todos.
Melhores práticas para a segurança
hospitalar?
Conforme vimos
acima, existem diversos riscos presentes em um ambiente hospitalar. Por isso,
existem algumas práticas de segurança que promovem maior proteção e saúde a
todos. Confira abaixo:
·
Utilizar
os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) corretamente
Os EPIS servem para
proteger contra possíveis riscos que ameacem a segurança e a saúde no trabalho.
Também são utilizados para implementação de proteção coletiva ou em
emergências.
Em um hospital, são
utilizados diversos EPIs, muitos simultaneamente, como é o caso de luvas,
máscaras e aventais. Isso porque é difícil proteger os profissionais de todos
os riscos ao mesmo tempo.
·
Seguir
as Normas de Segurança
Existem algumas
normas regulamentadoras que estabelecem diretrizes para a segurança no ambiente
hospitalar, tais como a NRs 04, 05, 06 e 09.
Além disso, há uma
norma de extrema importância para a segurança do trabalho em serviços de saúde,
que é a NR-32. Para garantir a proteção de todos é preciso seguir corretamente todas
as normas estabelecidas.
·
Descarte
correto de resíduos
Os resíduos
hospitalares merecem uma atenção especial, isso porque podem contaminar
funcionários, pacientes e acompanhantes. Por esse motivo, devem ser descartados
corretamente, prevenindo acidentes.
A NR 32 estabelece
diretrizes para segregação de resíduos, armazenamento adequado e transporte. A
manutenção de lixeiras de material lavável, resistente a quebra e vazamento, e
com tampa dotada de sistema de abertura sem contato manual, é uma das
exigências para hospitais.
É recomendado
também elaborar planos para reduzir a quantidade de resíduos gerados e
sinalizar lixeiras para destinação adequada.
·
Sinalize
áreas de risco
Todos os locais de
risco no hospital precisam ser identificados e classificadas de acordo com o
grau e tipo de risco associado às operações realizadas.
As principais áreas
de risco para os funcionários são as salas de exame que emitem radiação, tais
como raio-X, ressonância e tomografia e espaços de desinfecção e esterilização.
Para os pacientes,
os locais de risco são os ambientes como UTI, salas de cirurgia, bancos de
sangue e hemodiálise.
Considerações finais
Para uma gestão de riscos em saúde eficaz, é preciso capacitar os colaboradores da instituição
para usar corretamente as ferramentas para o alcance desse objetivo e implementar
políticas que promovam redução de danos e uma cultura de segurança.
Investir na segurança proporciona maior cuidado com todos
que frequentam o ambiente hospitalar, além de atuar como diferencial de
mercado, refletindo o compromisso da instituição com a qualidade e proteção.
Neste processo de construção da segurança hospitalar os gestores
tem papel importante, além deste ser um fator relevante para a satisfação
dos pacientes.